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quinta-feira, 8 de junho de 2023

SANEAMENTO AMBIENTAL, VAMOS DAR UM PASSO ALÉM DO BASICO?

          


                Ao ler a excelente contribuição do economista Luiz Fernandes, em (www.caemeiros.com - http://www.caemeiros.com/2023/06/por-que-aprender-tratar-aguas-cinzas.html) sobre água cinza, me fez refletir sobre o tema da otimização do tratamento de efluentes, tema que cada vez tem mais importância no contexto mundial, haja vista que nosso planeta caminha para o colapso ambiental.

                 Para que se tenha essa eficiente no reuso da água cinza temos que rever o que é ensinado na academia para engenheiros, arquitetos e similares. É necessário priorizar construções sustentáveis de forma a reduzir custos no produto final, pois hoje vê-se que as construções sustentáveis tem custo maior que construções “comuns” o que desestimula o cidadão a se engajar nessa luta pelo meio ambiente.

          Uma forma viável para reuso de água cinza seria as novas construções principalmente de condomínios grandes, separar o efluente que produz água cinza do efluente sanitário e fazer o tratamento separado dos dois, tendo o resultado do produto do tratamento da água cinza, sendo usando no próprio condomínio com irrigação, jardinagem, lavagens etc, e o tratamento do efluente sanitário devolvido a natureza tratado adequadamente, mas essa iniciativa só tem viabilidade economica em grandes condomínios ou de alto padrão. Lembrando que a sustentabilidade tem que seguir o tripé de ser viável economicamente, socialmente e ambientalmente.

        Surge outra indagação, e como fazer com relação a nossa realidade? Analiso que alguns investimentos tem que ser feito na área de tratamento ambiental de modo a adequa-se a realidade futura, não bastará somente recolher o efluentes domésticos e transportar até as estações de tratamentos de esgoto e depois devolvê-la a natureza. Empresa de Saneamento tem que ir além. Uma estação de tratamento consome muita energia pois necessita de uma elevatória com conjuntos moto-bombas, maquinários para fazer o tratamento primário e secundário do efluente etc, essa eletricidade poderia ser proveniente de fontes renováveis como o uso de energia fotovoltaicas, geralmente as ETEs ocupam grandes áreas e que poderiam ser utilizados painéis fotovoltaicos para geração de energia solar, um investimento inicialmente alto porém com retorno financeiro rápido e alto, em média 04 (quatro) anos, o investimento estará pago pela economia gerada sendo que os painéis fotovoltaicos possuem garantias de 25 anos, excelente investimento e muito rentável.

            O lodo produzido no tratamento de efluentes é rico em nutrientes e sendo tratado pode ser usado como adubo nas plantações o que reduziria os custos ao produtor e poderia ser uma fonte de renda extra para a Empresa de Saneamento, assim sendo, ajudaria a diminuir os custos com a universalização do saneamento, pois é do conhecimento de todos que uns dos principais entraves para a universalização é justamente o alto custo de investimentos e um retorno financeiro no longo prazo. 

             O biogás produzido pela decomposição da matéria orgânica encontrado nos efluentes poderia ser utilizado na própria ETE, ou em geradores de eletricidade ou ainda para o uso dos funcionários etc, a várias utilidades além de ser apenas queimado e liberado na atmosfera.

            A cada dia novas ideias surgem para aumentar a eficiência no tratamento de efluentes, tecnologia são desenvolvidas e todo o processo fica mais sustentável de forma a cumprir o tripé da sustentabilidade, economicamente como está descrito acima, socialmente pois é dado uma destinação correta ao efluente e facilita a universalização do saneamento (gerando saúde), ambientalmente mitigando os impactos ambientais causados pela produção, tratamento e destinação do efluente. 

                                 Enviado por Carlos Gustavo Martins Silva, Engenheiro Civil, Operador de Estação Elevatória

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  J. Silva, ITZ/MA